Dizem que o melhor complemento para uma bela refeição é o vinho. Ousarei discordar. O melhor complemento para uma bela refeição é a companhia presente à mesa.
Sexta passada tive a honra de sentar à mesa com amigos para uma bela refeição, ou melhor dizendo, para um jantar cinco estrelas.
Estou falando muito da refeição, porque hoje a estrela do post é a comida, deliciosamente preparada e servida por uma amiga, que inebriou os paladares dos presentes à tertúlia.
Entretanto, lá estava o vinho. Não em seu papel principal, mas harmonizando e complementando o banquete. Ou melhor, harmonizando e complementando a reunião dos amigos.
Ao chegarmos ao local, fomos imediatamente tomados por um delicioso aroma que remetia à ervas e temperos que não conseguia identificar, mas que não se permitia passar em vão. Fomos atrás dos aromas e encontramos a chefe dando os últimos acertos aos pratos. Confesso que minha vontade era ter ficado ali, admirando a arte, sorvendo aquele aroma magnífico, e quem sabe, apreendendo alguma coisinha.
Deixamos a chefe em seu habitat e fomos ao salão da refeição, onde fomos brindados por um excelente Cava Segura Viudas Rosado. Fez muito bem a boca e serviu de acompanhamento para a pré entrada.
A refeição:
Como pré entrada foi-nos servido um Camarão ao Bafo, com espuma de manga e açafrão, apimentado com pimenta cayena.
Um mix de salgado com toque levemente adocicado da manga. O sabor da cayena contrabalançou tudo muito bem.
De Entrada vieram Mini Hamgurgeres, perfeitamente alinhados e servidos sobre uma tábua. Se a apresentação já estava linda, o sabor conseguiu superar a tudo. Três Mini Hamburguerers, o primeiro de carne bovina e bacon, em pão de cenoura, com cebola caramelizada, o segundo com pão australiano e mostrada trufada e a beleza de um ovo de cordorna frito. O último servido em pão de cenoura, tomate cereja, feito com linguiça e carne bovina.
Difícil eleger o melhor dos três, mas o servido com as cebolas caramelizadas estava algo muito acima do excelente.
Como prato principal foi servido um purê com frango Thai e pimenta sriracha. A crocância do frango e a leveza do purê foram complementados pela sriracha. Picante no ponto ideal.
Para encerrar a refeição foi servido de sobremesa um Mi-souffle de fava de tonka(*), com morango. Sobremesa doce na medida certa, firme e consistente. Não poderia haver final melhor para refeição.
Os vinhos da noite:
Cava Segura Viudas Rosado: Seco, equilibrado, com aromas de framboesa e morango.
Champagne Moët & Chandon: Aromas de frutas cítricas, muito complexo com leve toque floral. Na boca muito cremoso. Perlage muito fino e persistente.
Robert Mondavi Private selection Chardonay 2012: Aromas de pêssego e maçã verde, com notas marcantes de carvalho e baunilha.
Chaminé 2012: Um clássico. Maduro, equilibrado, floral e frutado. Aromas de violeta e cereja.
Esporão 2012: Típico Alentejano, uma das minhas regiões vinícolas preferidas no mundo. Forte, equilibrado, com aroma com leve toque de menta.
Valle Secreto Private Cabernet Franc 2011: 100% Cabernt Franc. Aromas de violeta e frutas maduras ou em compota. Notas tabaco e chocolate.
Grand Vin de Reignac 2008: Aromas marcantes de estábulo e couro. Vinho etéreo mantendo a
elegância. Acidez presente e taninos redondos.
(*) A fava de tonka é a semente do cumaru, árvore nativa da amazônia. A semente é pouco utilizada na culinária brasileira e muito difícil de se achar fora do Pará. É mais fácil de ser encontrada, infelizmente, na Europa e Estados Unidos!
Tags: Chandon, Harmonização, Reignac, tertúlia, Tonka
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