Maury, um vinho doce do Languedoc-Roussillon – Nem só de Porto vive o mundo dos vinhos doces.

30/09/2017

Nem só de Porto vive o mundo dos vinhos doces. Maury, um vinho doce do Languedoc-Roussillon.

A Região do Languedoc-Roussillon fica sul da França, delimitado pelos Pirineus. Roussillon, o sul da região, foi por muito tempo palco de disputas, entre os reinos de Aragão (na atual Catalunha) e França.

Corriqueiramente o Languedoc-Roussillon é considerado o patinho feio das regiões vinícolas francesa, com a predominância de produção vinícola em larga escala, sem muita preocupação com a qualidade.

A região é considerada a maior produtora de vinho de mundo, com mais de 200 mil hectares plantados. A título de comparação, Portugal inteiro, a quarta maior área plantada de vinhas da Europa, possui 199 mil hectares de vinhedos.

Recententemente o Languedoc-Roussillon vem apresentando alguns bons vinhos, que serão objeto de análise brevemente. Entretanto a região não ficou apenas conhecida pelos vinhos ordinários. Languedoc-Roussillon possui vinhos doces muitíssimos interessantes, tais como Rivesaltes, Banyuls e Maury, vinhos doces naturais (vins doux naturels), sendo responsável por 90% da produção dos vins doux naturels franceses.

O Vinho em análise, o Maury, provem da região mais ao norte de Roussillon.

As encostas ensolaradas de Roussillon, no sul da França, são perfeitas para garantirem a maturidade das uvas e uma ótima concentração de açúcar, que será transformado em álcool.

O Maury é envelhecido em grandes tonéis de carvalho, nos quais são expostos intencionalmente à oxidação. Os vinhos são expostos à grandes diferenças de temperatura, a fim de acelerar o desenvolvimento de aromas.

Quando jovem, predominam aromas de frutos cozidos, como figo, pêssego e cereja. Com um pouco de envelhecimento, notam-se aromas de caramelo e tostado.

O Maury é um vinho doce natural, em geral muito equilibrado. Acompanha bem entradas, como foie gras e queijos de cabra, e também são ótimos na sobremesa, sendo perfeitos para acompanhar chocolate, ou doces feitos com este.

Enfim, apesar de pouco conhecido no Brasil, o Maury pode ser uma excelente opção de vinho doce. Apesar de ser um degustador inveterado de Vinho do Porto e Madeira, tenho no Maury uma opção, também, a ser considerada.

Grans-Fassian – Um Riesling de Mosel

26/07/2015

IMG_3261A região de Mosel, na Alemanha, já era utilizada para cultivo de uvas e fabricação de vinhos pelos romanos, há 2000 anos.

Além de ser a mais antiga, trata-se da maior região vinícola alemã, de plantações em encosta.

Os rios que formam o vale proporcionam uma ótima proteção climática à região, conferindo invernos mais amenos.

90% da produção vinícola é dedicada aos vinhos brancos, grandes brancos. Destes, 60% são rieslings.

Juntamente com a região de Pflaz, também na Alemanha, é a maior região produtora de rieslings do mundo. São rieslings finos e elegantes.

A riesling, em geral, produz vinhos frescos, com acidez pronunciada, e com grande potencial de envelhecimento.

O vinho degustado foi o Grans-Fassian Riesling Mineralschiefer 2011

Pais: Alemanha

Região: Mosel

Safra: 2011

100% Riesling

Graduação Alcoólica: 12%

Produtor: Grans-Fassian

Vinho de cor Verdeal, com aromas de limão, tangerina e pêssego, com expressiva mineralidade.

Na boca, um vinho muito equilibrado, apesar da aparente baixa graduação alcoólica (12%).

Quem quiser experimentar um verdadeiro reisling alemão, o Grans-Fassian Riesling Mineralschiefer é uma excelente opção.

Gevrey-Chambertin Um Pedaço da Côte d’Or -Borgonha

21/09/2014

A Borgonha é caracterizada por vinhos elegantes e complexos, às vezes difíceis de se entender. Diferentemente do seu primo Bordeaux, apresenta vinhos mais sutis.

Uma vez em uma loja de vinhos na França, conversando com um vendedor, especializado em Borgonha, o mesmo me disse: “Gostar de Bordeaux é fácil, gostar de Borgonha é arte para iniciados”. Certamente ele tem alguma razão, mas sem desmerecer os maravilhosos Bordeaux.

Junto com Bordeaux, certamente são os vinhos franceses e provavelmente mundiais, mais desejados, alcançando, infelizmente preços às vezes também estratosféricos.

A Região da Borgonha é complexa e diversificada, e que apesar de apresentar maravilhosos vinhos brancos (ex. Chablis), é reconhecidamente o berço da temperamental tinta Pinot Noir.

Não conheço nenhum lugar do mundo que tenha alcançado a maestria na produção de tintos feitos a base de Pinot Noir, como a Borgonha.

Como em toda Borgonha, deve-se tomar muito cuidado ao escolher um vinho, pois a região apresenta desde maravilhas enológicas, até vinhos enganadores. Neste ponto Bordeaux torna-se mais fácil na escolha de bons vinhos, o que justifica a predileção de muitos por aquela região.

O vinho de hoje vem da sub região de Gevrey-Chambertin, situada na Côte d’Or, no coração da Borgonha.

IMG_2283O Vinho:

Gevrey-Chambertin, 2006 – Domaine Trapet

13% álcool

100% Pinot Noir

Appelation Gevrey-Chambertin Contrôlée

Vinho etéreo de coloração vermelho granada, quase atijolado.

No nariz: Aromas de terra molhada, alcaçuz, couro, musgo e tabaco. Excelente persistência aromática.

Na boca: vinho macio, com álcool bem equilibrado, médio corpo, com taninos equilibrados.

Vinho muito bem feito e com bom custo benefício.

Custo: em torno de R$ 350,00.

Harmonização com Amigos

10/08/2014

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Dizem que o melhor complemento para uma bela refeição é o vinho. Ousarei discordar. O melhor complemento para uma bela refeição é a companhia presente à mesa.

Sexta passada tive a honra de sentar à mesa com amigos para uma bela refeição, ou melhor dizendo, para um jantar cinco estrelas.

Estou falando muito da refeição, porque hoje a estrela do post é a comida, deliciosamente preparada e servida por uma amiga, que inebriou os paladares dos presentes à tertúlia.

Entretanto, lá estava o vinho. Não em seu papel principal, mas harmonizando e complementando o banquete. Ou melhor, harmonizando e complementando a reunião dos amigos.

Ao chegarmos ao local, fomos imediatamente tomados por um delicioso aroma que remetia à ervas e temperos que não conseguia identificar, mas que não se permitia passar em vão. Fomos atrás dos aromas e encontramos a chefe dando os últimos acertos aos pratos. Confesso que minha vontade era ter ficado ali, admirando a arte, sorvendo aquele aroma magnífico, e quem sabe, apreendendo alguma coisinha.

Deixamos a chefe em seu habitat e fomos ao salão da refeição, onde fomos brindados por um excelente Cava Segura Viudas Rosado. Fez muito bem a boca e serviu de acompanhamento para a pré entrada.

A refeição:

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Como pré entrada foi-nos servido um Camarão ao Bafo, com espuma de manga e açafrão, apimentado com pimenta cayena.

Um mix de salgado com toque levemente adocicado da manga. O sabor da cayena contrabalançou tudo muito bem.IMG_2184

De Entrada vieram Mini Hamgurgeres, perfeitamente alinhados e servidos sobre uma tábua. Se a apresentação já estava linda, o sabor conseguiu superar a tudo. Três Mini Hamburguerers, o primeiro de carne bovina e bacon, em pão de cenoura, com cebola caramelizada, o segundo com pão australiano e mostrada trufada e a beleza de um ovo de cordorna frito. O último servido em pão de cenoura, tomate cereja, feito com linguiça e carne bovina.

Difícil eleger o melhor dos três, mas o servido com as cebolas caramelizadas estava algo muito acima do excelente.

Como pIMG_2185rato principal foi servido um purê com frango Thai e pimenta sriracha. A crocância do frango e a leveza do purê foram complementados pela sriracha. Picante no ponto ideal.

IMG_2186Para encerrar a refeição foi servido de sobremesa um Mi-souffle de fava de tonka(*), com morango. Sobremesa doce na medida certa, firme e consistente. Não poderia haver final melhor para refeição.

Os vinhos da noite:

Cava Segura Viudas Rosado: Seco, equilibrado, com aromas de framboesa e morango.

IMG_2201Champagne Moët & Chandon: Aromas de frutas cítricas, muito complexo com leve toque floral. Na boca muito cremoso. Perlage muito fino e persistente.

Robert Mondavi Private selection Chardonay 2012: Aromas de pêssego e maçã verde, com notas marcantes de carvalho e baunilha.

Chaminé 2012: Um clássico. Maduro, equilibrado, floral e frutado. Aromas de violeta e cereja.IMG_2196

Esporão 2012: Típico Alentejano, uma das minhas regiões vinícolas preferidas no mundo. Forte, equilibrado, com aroma com leve toque de menta.

Valle Secreto Private Cabernet Franc 2011: 100% Cabernt Franc. Aromas de violeta e frutas maduras ou em compota. Notas tabaco e chocolate.

Grand Vin de Reignac 2008: Aromas marcantes de estábulo e couro. Vinho etéreo mantendo a
elegância. Acidez presente e taninos redondos.

(*) A fava de tonka é a semente do cumaru, árvore nativa da amazônia. A semente é pouco utilizada na culinária brasileira e muito difícil de se achar fora do Pará. É mais fácil de ser encontrada, infelizmente, na Europa e Estados Unidos!

Pomerol – A Margem Direita de Bordeaux

30/03/2014

Hoje menos, mas durante muito tempo os vinhos da margem direita de Bordeaux não foram devidamente reconhecidos.

Para explicar de modo rápido, a região de Bordeaux é dividida entre vinhedos plantados às margens esquerda e direita do rio Gironde, que corta a região. Em cada margem há outras divisões, em diversas sub regiões.bordeaux-wine-map1

Voltando à primeira frase, durante muito tempo privilegiou-se os vinhos da margem esquerda, de algumas sub regiões (notadamente Pauillac, Margaux e Pessac-Léognan). Para se ter uma ideia, na classificação dos vinhos Grand Cru de Bordeaux, de 1855, que classificou os vinhos da região de Premiers Grands Cru, até Cinquièmes Grands Cru, apenas cinco vinhos foram classificados como premiers, destes, todos da margem esquerda.

Hoje em dia, a margem direita já tem o seu valor reconhecido, sendo o local de míticos vinhos, tais como o Pétrus (vinho que inclusive atinge preços acima dos premiers), Cheval Blanc e Ausone.

Bem, o post em questão não trata exatamente da classificação de 1855 e sua notória defasagem histórica, mas sim de uma sub região situada a margem direita, que produz vinhos que muito me agradam, o Pomerol.

O Pomerol é uma pequena sub região, com aproximadamente 760 ha. Se nos seus vizinhos da margem esquerda reina a casta tinta Cabernet Sauvignon, aqui predomina da Merlot, quase sempre acompanhada da Cabernet Franc. O solo argiloso da região imprime uma caraterística marcante aos seus vinhos.

Como representante do Pomerol o vinho sugerido é o Chateau La Pointe. Vamos ao vinho:

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 Chateau La Pointe

– Safra: 2008

– Castas: 86% Merlot e 14% Cabernet Franc

– Teor Alcoólico: 13,5%

– Preço: R$ 300,00

Cor rubi, sem reflexos.

No nariz apresentou aromas de terra molhada e pimenta negra, com um toque marcante de  ameixa preta e um leve defumado, muito elegante. Média intensidade e média persistência.

Vinho equilibrado muito elegante na boca. Apesar de novo (2008) já se apresentou pronto, com   taninos redondos. Excelente final de boca.

 

 

Vinho Engorda? Vinho e Calorias

02/01/2014

Festas de final de ano, com Natal, Ano Novo e as inúmeras comemorações de trabalho, grupos de amigos da escola, futebol etc, além de nos trazer muitas alegrias, trazem embutido, também, um generoso aumento do números de calorias ingeridas.

Como a cada dia se bebe mais vinho, tanto nessas festas, como no próprio dia a dia, as pessoas passaram a se perguntar: Vinho engorda? Quantas calorias tem uma garrafa, ou taça de vinho

Você já deve ter notado que que as garrafas de vinho não trazem no rótulo, ou contrarrótulo, menção às informações nutricionais do vinho. Isso se deve ao vinho não ser considerada, pela legislação nacional, como um alimento e sim, uma mera bebida alcoólica.

Infelizmente, inobstante os inúmeros benefícios associados ao consumo moderado (eu disse moderado) de vinho, este possui sim calorias, até porque o único liquido que conheço, sem calorias, é  a água.

Mas, chega de enrolação. Afinal, quantas calorias tem o vinho?

A resposta não é imediata. Está bem, vocês devem estar pensando: Ele acabou de falar que sem enrolação. A questão é que o vinho não é um refrigerante, ou um produto industrializado, e sim um organismo quase vivo.

Ainda que hoje em dia a mão humana, nas adegas, corrija inúmeras possíveis falhas na produção, o vinho continua sendo um produto da fermentação natural da uva.

Por este motivo o quantidade de calorias em um vinho pode variar, entre aproximadamente 110 e 300 (uma taça de aproximadamente 170 ml). Neste quesito, os brancos dão um banho nos tintos. Aliás, ainda vou entender como em um país quente como o Brasil, o consumo de tintos é da ordem de quase 90%!

Representando os vinhos menos calóricos temos os brancos, notadamente os Alvarinhos, Pinot Grigios, Verdejos, Pinot Blanc e os Vinhos Verdes brancos. Na outra extremidade, temos os vinhos doces e os vinhos de sobremesa, como Porto, Sauternes etc.

No meio do caminho, com algo entre, 150/175 calorias, encontramos a maioria dos tintos, muito apreciada pelos brasileiros.

Enfim, o consumo de vinho não está imune à ingestão de calorias, mas como o consumo do liquido de baco deve ser moderado, a ingestão de vinho não será a responsável pelos quilos a mais que você vier a adquirir.

Abaixo, segue uma tabela comparativa dos vinhos e suas respectivas taxas de calorias:

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Taça de Elite 2013 – CAE

03/11/2013

Em mais uma degustação da Confraria das Águas Escondidas – CAE, foram degustados vinhos de enlouquecer qualquer enófilo.

A versão 2013 da chamada Taça de Elite fez jus a sua reputação de grandes vinhos. (veja aqui as versões 2012, 2011 e 2010).

Preciso fazer um agradecimento ao confrade enófilo, Marcelo Andrade, responsável pela seleção dos vinhos.

Chega de enrolação e vamos ao que interessa, aos vinhos, que apresentarei na ordem de minha preferência, que não necessariamente combina com a maioria dos presentes:

IMG_1509– Chateau Beychevelle 1990. França – Bodeaux – St. Julien (R$ 2.100,00)

Um 4ème Cru Classé, de St. Julien. O produtor possui 90 hectares, produzindo um belo vinho, de corte (60% Cabernet Sauvignon, 28% Merlot, 8% Cabernet Franc e 4% Petit Verdot).

Vinho com características de evolução, com aromas de frutas negras, e um toque de pelica. Muito intenso e persistente.

Na boca, absolutamente harmônico e equilibrado, com taninos redondos, compatibilizando com a acidez e álcool na medida certa.

Um belíssimo vinho, elegante, austero e harmônico. Para mim o campeão da degustação.

Uma curiosidade sobre o Chateau: Reza lenda que os barcos que navegavam pelo rio Gironde, baixavam as velas ao passarem em frente à propriedade, em sinal de respeito ao seu proprietário, o Duque Jean-Louis Nogaret de la Valette.

O ato de baixar a velas era chamado de baisse voile , que possivelmente culminou no atual nome do Château Beychevelle.

 

IMG_1508– Bodegas Vega-Sicilia Unico 1990. Espanha –  Ribera del Duero (R$ 2.100,00)

Com um corte de 80% Tempranillo e 20% Cabernet Sauvignon, o Vega-Sicilia é um ícone, não só da Espanha como de todo o mundo do vinho.

Com aromas de figo e ameixa secos, com leve presença de pelica, possui uma qualidade olfativa perfeita.

Na boca chamou atenção o corpo do vinho, que literalmente “pesa” na boca. Muito equilibrado e muito intenso, com boa persistência. Um vinhaço.

 

IMG_1507– Chateau D’Yquem 1981. França – Sauternes (R$ 2.835,00)

Um vinho que dispensa apresentações. Sauternes 1er Cru Supérieur.

Os que me conhecem sabem da minha admiração pelos vinhos Madeira e Porto, imbatíveis como vinho de sobremesa.

Os Sauternes, assim como os Tokaji também entram nessa lista de vinhos de sobremesa, mas isso é assunto para outro post. O que quero dizer, é que o Chateau D’Yquem merece espaço em qualquer lista, uma espécie de hors concours,

Com um corte de 80% Sémillon e 20% Sauvignon Blanc, o vinho apresentava coloração amarelo palha, indo para âmbar.

No nariz aromas de amêndoa torrada, baunilha e caramelo. Delicado e ao mesmo tempo persistente.

Na boca acidez pronunciada e belo equilíbrio. Apesar de não ser uma das melhores safras, trata-se de um vinho único, sensacional.

 

IMG_1511– Chateau Cheval Blanc 1997. França – Bordeaux. (R$ 3.280,00)

Outro vinho que dispensa apresentações.

Premier Grand Cru Classé A de Saint-Emilion, o “cavalo branco” apresenta um corte de merlot com Cabernet Franc.

Aromas de menta e eucalipto, com muita fruta negra. Qualidade aromática excepcional.

Na boca um vinho corretíssimo, muito equilibrado, intenso e persistente. A complexidade do vinho me cativou, a cada minuto na taça o vinho mostrava uma nova faceta.

 

IMG_1510Amarone Bertani 1988. Itália – Valpolicella Clássico

Vinho com muito potencial de guarda ainda.

Boa persistência aromática, com notas de frutas em compota, pimenta e cogumelo, com leve toque tostado e couro. Boa complexidade, e bem intrigante.

Belíssimo vinho, foi a escolha da maioria, mas para mim deveu aos demais acima descritos.

 

 

IMG_1513– Domaine du Collier La Charpentrie 2008. França – Vale do Loire. (R$ 520,00)

Para mim uma grande surpresa, dado meu completo desconhecimento acerca do vinho.

O vinho apresenta um bela mineralidade, com toques de lichia, limão e uma leve pera.

Na boca um pouco quente, mas nada que afete seu equilíbrio, pelo contrario, pois garante uma personalidade marcante que só faz bem ao vinho.

 

 

Enfim, mais uma degustação perfeita da CAE.

Chateauneuf-du-Pape – O Vinhedo do Papa

26/10/2013

chateauneuf_du_papeChateauneuf du Pape é uma sub região da Côte du Rhône,na França. Situa-se na parte sul do Vale.

A região de Chateauneuf du Pape possui uma interessante história. Entre os anos de 1309 e 1377, o papado mudou sua sede de Roma, para a região francesa de Avignon, no sul da França, iniciando uma dinastia de sete papas franceses, que só acabou em 1377, com a volta do papado para Roma.

O vinho, Chateauneuf du Pape – novo castelo do Papa -, tem seu nome exatamente por este motivo.

Em relação às castas, a legislação da região permite treze variedades, mas a grande vedete da região é a tinta grenache, acompanhada da mourvèdre e da syrah.

Por estar mais próximo ao sul, apresenta clima com características mediterrâneas, com solos calcários, caracterizados por pedras roladas, com aspecto de um grande ovo, recebendo o nome de “ovo de pato”. Esta grandes pedras brancas retêm o calor durante o dia, irradiando-o a noite paras as uvas.

A região produz vinhos com características de maciez e teor alcoólico elevado (14-15% – elevado para o padrão dos vinhos franceses). Entretanto esse álcool não é sentido, sendo equilibrado pela robustez e excelente estrutura dos vinhos. Nem de longe lembra as bombas furtadas e alcoólicas sul americanas.

Para representar a região, degustamos o Chateauneuf du Pape Domaine de Cristia.

Domanine Cristia é um dos mais respeitados produtores de Chateauneuf du Pape. Possuem treze hectares espalhados pela região, sendo suas vinhas de grenache, vinhas velhas de 50 a 100 anos.

Vamos ao vinho:Domaine Cristia

Safra 2006, 75% grenache e 25% syrah,  o vinho apresenta vermelho rubi bem claro, límpido e transparente.

O vinho estagia 18 meses em barricas novas.

No nariz notas de pimenta do reino e ervas. Elegante, mas com média persistência.

Na boca, harmônico. Muito equilibrado. Os 15% de álcool não foram sentidos. Bom corpo, excelente estrutura, com boa intensidade e muita persistência.

Um belo exemplar da região.

Preço, no Brasil, em torno de R$ 300,00.

Domaine Rollin Père et Fils

20/10/2013

A Borgonha, na França, é o paraíso dos vinhos. Rivalizando com Bordeaux, certamente são as regiões de vinhos mais famosas do mundo.

A região como um todo produz maravilhas enológicas, mas também produz vinhos bem ordinários.

Borgonha é dividida em várias regiões, que por sua vez são dividias em outras tantas sub regiões, cada uma com características peculiares, produzindo vinhos com diversas nuances.

O vinha da vez vem da grande região de Côte de Beune, comuna de Pernard-Vdergelesses. Dentro da comuna, o vinhedo pertence ao Climat de Les Fichots (“Climat” pode ser definido como a pequena parcela – mínima – de terra que produz o vinho. A Alma do vinho)

Les Fichots é um Climat classificado como Pemiers Crus.

Assim, o vinho em questão, Domaine Rollin Père et Fils, é um Premier Crus de Pernard-Vergelesses, na Borgonha.

Domaine Rollin

Vamos ao vinho:

Domaine Rollin Père et Fils – 2007

100% Pinot Noir o vinho apresenta uma bela elegância, típica da região.

Aromas sutis de terra molhada e alcatrão, com boa persistência

Na boca, elegante e fino, como deve ser um Borgonha. Boa complexidade, equilíbrio e excelente persistência.

Um belo Borgonha. Recomendado.

Achaval Ferrer Malbec

29/09/2013

Já havia sido apresentando aos vinhos da badalada vinícola argentina, Achaval Ferrer anteriormente e havia me surpreendido de maneira positiva. Ontem, em uma noite fresca e chuvosa por aqui, resolvi que era hora de fazer um novo teste.

O vinho em questão é Achaval Ferrer Malbec, produzido em Mendoza.

Achaval Ferrer100% Malbec, o vinho passa 9 meses em barricas de carvalho francês. As uvas provém de três vinhedos diferentes da vinícola, quais sejam, Medrano, Mayor Drummond  e La Consulta, com vinhas de 86, 66 e 13 anos de idade, respectivamente.

Nota-se que o vinho recebeu o cuidado necessário. É um típico malbec argentino, potente, frutado e amadeirado.

Não é difícil gostar do vinho, já que ele é a expressão do que muitos buscam num tinto hoje em dia.

Entretanto, foi justamente aí que a coisa me incomodou um pouco. Achei a madeira demasiada e o álcool com algum desequilíbrio, no início.

Aromas de frutos do bosque, com leve toque de chocolate e baunilha.

Entenda, o vinho é bom e bem feito, apenas acho que meu paladar mudou e vinhos com essa potência, ao estilo Robert Parker, acabam cansando um pouco.

Se você gosta e vinhos potentes e frutados, o Achaval Ferrer Malbec não irá lhe decepcionar.

Ficha:

Achaval Ferrer Malbec – 2011

Vinícola: Achaval Ferrer

País: Argentina

Casta: 100% Malbec

Preço: 90,00


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